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Capitulo 2

Capitulo 2

A chuva lá fora não se cessava, não tinha o que fazer alem de ficar encarando aquela chuvinha chata. Escutei murmurinhos atrás de mim,
isso era normal afinal eu estava em um refeitório, murmurinhos eram mais do que normal, principalmente pelo o fato de tantas pessoas ali.

As paredes encharcadas, os pingos dentro do refeitório, tudo me lembra quando fui largada naquele lugar, lembro de uma briga, e da minha
mãe, se é que pode chama-la de mãe, me puxando pelo o pulso, pela as ruas encharcadas de Stratford, me largando vários e vários quarteirões depois em uma rua no qual não havia ninguém, apenas um enorme portão a minha frente.

– Eu não te amo. – foi a ultima coisa que ouvir minha mãe dizer.

Aquilo nunca sairia da minha mente isso era um fato mais do que confirmado. Eu tinha cinco anos, hoje tenho 16 e estou em um orfanato
esperando ser adotada desde os cinco anos. Ninguém quer adotar uma garota como eu, perto de chegar aos 17, eles sempre querem um bebe, o que no orfanato não tem muitos. Não faço muita questão de ser adotada, ter uma família, não é lá essas coisas toda. Prefiro passar mais dois anos de inferno e depois ser livre para ir a onde eu quiser.

O sinal soou me tirando de meus devaneios. Passei um tempo para me situar, mais logo estava acompanhando o resto do pessoal para ir para o alojamento.

Não eu não falo com ninguém, procuro falar apenas o necessário, tradução, não falo com ninguém, ninguém dali merece ouvir o som da
minha voz. Não me acho nem nada, é que ninguém fala comigo, com as paredes não sou louca.

– Boa noite meninas. – falou a madre ao desligar a luz.

As meninas nunca iam dormir depois disso, elas conseguiram
lanternas com os meninos que assaltaram a sala de mantimentos e roubaram cinco lanternas para um grupinho de garotas, fico me perguntando o que elas deram em toca, mais acho melhor ir dormir a prestar atenção nas historias que elas contam.

Hoje é sábado, isso quer dizer que teria vizitas, super legal (ironia minha), não é legal de estante e estante um casal vir ate você com a pergunta, “quantos anos tem?” e logo depois vem a pergunta “ Onde os mais jovens ficam?” serio isso não é legal isso machuca.

Depois do café todos seguiram para o jardim, os mais jovens
geralmente iam para o campo, eu fica um pouco antes do capo, perto de uma arvore, que era minha preferida por ser maior e dar mais sombra.

Eu lia um livro que a madre fez questão de me emprestar depois da aula de literatura, na terça feira, debaixo da minha arvore favorita
quando os portões foram abertos. E que comece o show. Aquilo não deixava de ser um show, afinal todos ali estavam atrás de um filho ou filha e todos adolescentes crianças estavam atrás de uma família, algumas garotas se exibiam para as tais famílias, principalmente quando essas tais famílias tinha um filho que era gatinho e levava para a escolha.

Parei um minuto de ler o livro e olhei para os casais que conversavam animadamente com alguns adolescentes. Era estranha que uma parte daqueles casais algumas vezes tinha uma conexão com alguns adolescentes, viam duas ou três vezes para confirmar o que já sabiam na primeira visita.

– Por que vocês querem adotar um filho? – escutei um voz alguns passos atrás de mim.

Acho que a pessoa que falou não me viu por causa da arvore,
ou então não falaria daquele jeito, afinal eu estava ali para ser adotada
também, com a única diferença que eu não me importava se eu não fosse.

– Por que eu quero mais um filho. – respondeu a mulher.

– Mais eu não quero um irmão. – insistia o garoto. – compra um cachorro mãe, é melhor. – falou ele.

– Não passei mais de um ano tentando conseguir a aprovação
para poder adotar uma criança sem ser casada para você vir com esse papinho Justin. – falou a mulher parecendo irritada.

Ok eu não ia ficar ali e escutar mais de briguinhas familiares. Levantei de onde estava sentada, pronta para correr para outro lugar. Quando uma voz me impede de sair do lugar com a palavra “espere”. Foi só uma palavra, mas me fez ser obediente.

Virei lentamente para a voz, eu estava com a maior cara de “fui pega” mais quando virei para a mulher dei um meio sorriso envergonhado. Me aproximei dois passos que não foi o suficiente de ficarmos tão próximas. O garoto ignorante estava de costas para mim.

– Sou Patrícia. – falou a mulher erguendo a mão para mim.

– Valentina. – falei me aproximando mais para poder apertar sua mão.

Foi um aperto leve.

– Você é linda. – falou a mulher me observando.

O garoto que estava do lado dela virou para mim revirando os olhos.

– Obrigada. – falei corando.

– Qual a sua idade? – perguntou ela.

Eu abracei o livro que estava na minha mão.

– 16 dois meses para 17. – respondi. – os mais jovens estão no campo. – falei pronta para sair.

Sempre era assim e eu já estava acostumada.

– Não estou com preferência de idade. – falou ela me fazendo
virar para ela confusa. – é apenas um ano de diferença do meu filho. – falou ela apontando com o polegar para o garoto ao seu lado.

Ele era lindo, isso era um fato e todos com toda a certeza já perceberam.

– Acho que assim pode ser mais fácil. – falou ela agora olhando para o filho que estava com uma cara de “Ah faça o favor” todo arrogante.

– Vamos conversar um pouco? – sugeriu a mulher.

– Acho que tem meninas mais bonitas e meninos mais interessantes do que eu. – falei.

O garoto me olhou estranho como se tivesse perguntando “qual é o seu problema”.

Me virei para sair mais uma vez, ela relutou pediu para que eu ficasse, mais não dei ouvidos. Voltei para dentro do orfanato. Estava na
quinta folha do livro do capitulo 22 quando a madre vem em minha direção. Eu era a única naquele lugar, não fazia nem dez minutos que os casais tinham entrado e eu já estava dentro do orfanato.

– Sei que o livro é muito interessante senhorita, mas acho que se parar por alguns minutos não ira perder muita coisa. – falou ela chamando minha atenção.

Ate a madre achava que eu não falava. Eu era a muda ali. As vezes era interessante eles pensar que sou muda, assim ninguém fala comigo, por achar que sou surda também.

Me levantei do canto da parede, a madre se virou para andar, me dando as costas, eu a seguir ate a parte de trás do orfanato.

– Srtª. Mallette. – escutei a madre dizer assim que nos aproximamos. – é desta Valentina que estava falando? – perguntou a madre saindo do campo de visão da mulher e do meu.

Vi que era a tal da Patrícia, ela sorriu.

– Sim madre é ela mesma. – falou a mulher se aproximando. –
que tal darmos uma volta no campo e nos conhecermos querida? – sugeriu Patrícia.

Olhei para madre que gesticulou com a me incentivando.

– E o seu filho? – perguntei.

– Ele quis escutar musica no carro. – falou a mulher com um sorriso.

Demos uma volta no campo e nada falávamos uma com outra.

– Há quanto tempo esta aqui? – perguntou ela.

– onze anos. – respondi encarando o chão.

– Te tratam bem aqui? – perguntou.

– Sim, as madres são muito legais. – respondi olhando para ela e sorrindo.

– Tem amigos? – perguntou.

– Não, não sou de falar, chamar para conversar. – falei fazendo uma careta que a fez rir um pouco.

– Você é um doce menina, por que ninguém nunca te adotou? –
perguntou quase que para se mesma.

– Ninguém nunca se aproximou daquela arvore, sempre me escondo lá. – falei olhando para o chão. – os que se aproximam de mim, perguntam minha idade e perguntam onde os mais jovens estão. – complementei.

– Deve ser complicado viver aqui. – obsevou.

– Nem tanto. – dei de ombros.

O sinal ecoou assustando a mim a Srtª. Mallette. Voltamos para a frente do orfanato.

Depois que todos saem são sempre a mesma coisa, meninos e
meninas comentando o que falaram com os casais, e etc e dizendo que tem basicamente a certeza que será adotados. Mortos de iludidos...

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